Com o avanço da Reforma da Previdência é normal que as pessoas se questionem sobre o planejamento de sua aposentadoria, e os rumos da previdência pública no país, tendo em vista que cada vez mais as regras de aposentadoria da previdência pública ficarão mais difíceis de serem alcançadas e os benefícios cada vez mais baixos.
Aí vem à tona a seguinte dúvida, afinal para ter uma aposentadoria vantajosa e segura devo contribuir para o INSS ou contribuir para Previdência Privada?
Infelizmente não há uma resposta única para essa dúvida, pois muitos fatores alteram a escolha entre um ou outro regime, como idade e perfil do contribuinte, valor e tempo de contribuição.
Vamos então às diferenças:
1ª – Gestão dos Regimes
Uma das diferenças mais gritantes entre a previdência pública e a previdência privada está no formato de gestão desses regimes, na previdência pública o Governo define os critérios de aposentadoria e o valor do benefício, assim caso mude o Governante a Previdência Pública pode sofrer alterações nos critérios de acesso aos benefícios de aposentadoria.
Já na previdência privada isso dificilmente ocorre, pois tais regras derivam de contrato entre o beneficiário e a instituição privada.
2ª – Teto de Contribuição e Benefícios
Outra questão muito relevante é que na previdência pública existe um teto no valor das contribuições e dos benefícios, hoje o teto de beneficio do INSS é de R$ 5.839,45, já na previdência privada isso não existe, o contribuinte é que escolhe o valor da sua contribuição, sem ter que seguir nenhuma tabela de alíquotas ou um teto de benefício.
Assim, você pode formar, por exemplo, um beneficio de aposentadoria de R$ 10, 20 ou 30 mil, já na previdência pública o seu benefício vai ser sempre limitado ao teto do INSS.
3ª – Segurança no Pagamento do Benefício
Como em qualquer outro investimento, a rentabilidade de um plano de previdência privada depende de onde o seu gestor vai investir o seu dinheiro, ou seja, você precisa confiar no Banco ou empresa que irá gerir a sua previdência. Assim, se a instituição que você contratou falir, você pode perder todo o dinheiro investido.
A dica é pesquisar os fundos disponíveis e escolher os fundos de previdência privada mais sólidos e há mais tempo no mercado.
Já na previdência pública o Governo assume a segurança no pagamento do benefício.
4ª – Cobertura de Benefícios
Outro fator que merece atenção é a cobertura de benefícios oferecidos. Na previdência pública o segurado tem além da aposentadoria, benefícios como salário-maternidade, pensão por morte e auxílio-doença, por exemplo.
Já na previdência privada geralmente apenas a aposentadoria é garantida.
5ª – Flexibilidade
Na previdência privada, o contribuinte tem uma maior flexibilidade, pois conta com a possibilidade de resgatar antecipadamente o valor formado no fundo (dependendo da carência que contratar), fazer portabilidade do fundo para outra instituição, escolher sacar de uma única vez o valor total do fundo ou receber através de renda mensal.
Já na previdência pública existem critérios como tempo de contribuição e idade mínima para ter acesso à aposentadoria e a renda é vitalícia.
6ª – Tributação
Os modelos de previdência privada no mercado tem tributação diferenciada no momento do resgate, bem como possibilidade de dedução de até 12% da renda bruta tributável na declaração de IR.
Já na previdência pública a tributação é definida no momento do recebimento do benefício, seguindo a tabela progressiva de Imposto de Renda.
7ª – Taxas
A Previdência Privada possui taxa de administração, que variam de valor conforme a instituição e incidem anualmente sobre o patrimônio total.
Além disso, alguns Bancos e fundos cobram também taxa de carregamento que incide diretamente na contribuição do investidor.
A dica neste caso é procurar fundos de previdência que tenham uma taxa de administração baixa e que sejam isentos de taxa de carregamento. Já na previdência pública não há o pagamento de taxas de administração ou de carregamento.
Bom, a previdência privada pode assim ser uma saída para muitas pessoas que ainda estão na ativa no mercado e desejam construir uma reserva financeira de longo prazo, com intuito de complementar a sua renda na aposentadoria.
O ideal para quem ainda está indeciso em qual regime contribuir é efetuar um Planejamento Previdenciário para auxiliar a projetar a sua renda no futuro, com base não só nas regras do INSS como também da previdência privada e se houver, no regime próprio.